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Data da Publicação
Janeiro de 2010
Resumo
Nos últimos anos, o genocídio no Ruanda foi objecto de várias obras cinematográficas, algumas celebradas pela crítica, outras produzidas como não existentes. As primeiras destacam-se por uma visão pouco matizada dos acontecimentos, a ausência de contextualização, a vontade de suscitar dó e piedade numa perspectiva trágica, uma estrutura narrativa assaz clássica. As segundas escolheram, pelo contrário, dar voz a personagens locais, tentaram dar alguma espessura histórica ao acontecimento e enveredaram por uma estrutura narrativa mais complexa. Neste ensaio gostaria de questionar a maneira como um certo cinema representa e manipula em várias ocorrências um acontecimento tão dificilmente transmissível como um genocídio.