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Oficina nº 212
A proclamação do espelho. Reflexões dodecaédricas sobre o ensaísmo na prosa alemã da "década expressionista"
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Data da Publicação
Agosto de 2004
Resumo
Face à inoperatividade da teoria expressionista na compreensão de algumas das manifestações mais originais da prosa narrativa de língua alemã de 1910-20, estigmatizadas como “incompreensíveis”, o objectivo da minha reflexão é questionar tanto o conceito de Expressionismo, quanto a noção de “incompreensibilidade”, que resulta, nos casos em apreço – Albert Ehrenstein, Carl Einstein e Robert Müller –, não da expressão do irracional, mas da introdução de elementos do género híbrido “ensaio” no domínio da ficção. Sob a metáfora do espelho, que coloca a problemática modernista do Sujeito no centro da reflexão ensaística desde Montaigne, e com recurso a uma noção de ensaio construída a partir de Friedrich Schlegel, Nietzsche e Adorno, analisarei um espectro de narrativas que evidenciam um processo de miscigenação entre ficção e ensaio, cujo resultado extremo é o texto incompreensível, genologicamente inclassificável, e que coloca desafios por enfrentar aos estudos literários, em particular àqueles que ousam penetrar nas zonas mais herméticas do Modernismo.