Prémio Agostinho Roseta
António Casimiro Ferreira distinguido com Prémio Agostinho Roseta
Julho de 2006
António Casimiro Ferreira foi distinguido com o Prémio Agostinho Roseta (4º edição), na categoria de estudos e investigação, com o livro “Trabalho Procura Justiça – Os Tribunais de Trabalho na Sociedade Portuguesa” (Almedina).
O Prémio Agostinho Roseta destina-se a homenagear as pessoas singulares ou colectivas que, em cada ano, mais se tenham distinguido na implementação e difusão de boas práticas ou na realização de estudos e trabalhos de investigação em domínios relevantes para a melhoria e dignificação do trabalho, a melhoria das condições em que o trabalho é prestado, o incremento do diálogo social. A categoria de estudos e investigação privilegia, no âmbito das relações laborais, a segurança e higiene no trabalho, a participação dos trabalhadores nas empresas, a concertação social, o sindicalismo e associativismo, o emprego e formação profissional e a conciliação da vida profissional e familiar.
O livro "Trabalho Procura Justiça – Os Tribunais de Trabalho na Sociedade Portuguesa" resulta da investigação desenvolvida pelo autor, há mais de uma década, versando as temáticas da resolução dos conflitos laborais e do papel desempenhado pelos tribunais de trabalho. Para além de se propor um conjunto de instrumentos analíticos visando a aplicação do desempenho das formas de resolução dos conflitos, acentua-se a importância e centralidade dos tribunais de trabalho no contexto do sistema de relações laborais português. Assinala-se a importância da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da União Europeia (UE) na conformação das formas de resolução dos litígios.
A atividade dos tribunais de trabalho é analisada de um ponto de vista dinâmico apresentando-se as tendências que a têm marcado nos últimos 30 anos. Identificam-se as dificuldades associadas à implementação de formas alternativas de resolução dos conflitos tendo por base o diálogo social e destaca-se a importância das organizações sindicais e do Ministério Público enquanto elementos facilitadores do acesso ao direito e à justiça.
Tomando por unidade de análise as ações de contrato individual de trabalho e de acidentes de trabalho, estudam-se as questões relacionadas com a morosidade da justiça, a importância da conciliação e o impacto, no funcionamento dos tribunais, das normas processuais. Propõem-se indicadores que integram dados do mercado de trabalho e da justiça laboral, observando-se, por exemplo, os efeitos do desemprego, do tipo de contratos, da dimensão das empresas, dos sectores de atividade, dos riscos profissionais e da discriminação em função do sexo. Fornece-se aos leitores os resultados de uma abordagem inédita entre nós sobre os temas da qualidade do emprego e a qualidade da justiça.