Enquadramento

As sociedades humanas estão intimamente associadas à biodiversidade, da qual dependem para assegurarem serviços e recursos. A crise global que afecta a biodiversidade tem profundos impactos sobre todos nós. Um desses impactos faz-se sentir sobre a saúde, definida pela Organização Mundial de Saúde como “um estado completo de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.

O crescimento global das populações humanas e a sua tendência para se concentrarem em aglomerados levanta sérios desafios à conservação e gestão da biodiversidade e à manutenção da saúde. Nesse sentido, os espaços verdes urbanos emergem como uma solução para minimizar o impacto da redução da biodiversidade nas cidades. Estes espaços surgem quer de decisões políticas de ordenamento territorial, quer da vontade das comunidades locais. Em ambos os casos, a mobilização e intervenção das populações assume um papel relevante, que em muito depende da consciencialização para a importância dos espaços verdes urbanos.

A exposição de fotografias “(Outros) Mapas de Coimbra” é o resultado do desafia lançado a estudantes do ensino secundário, no âmbito de um estágio do programa Ciência Viva no Laboratório - Ocupação Científica de Jovens nas Férias, para que percorressem a cidade de Coimbra e procurassem mapear os seus espaços verdes, mais ou menos conhecidos, os lugares onde a ausência desses espaços se faz sentir e os caminhos da associação Coimbra em Transição, na sua procura por um estilo de vida mais resiliente, em estreita relação e parceria com as comunidades locais.

Notas Biográficas das Curadoras

Rita Campos. Bióloga actualmente a desenvolver um projecto de Pós-Doutoramento em Comunicação de Ciência sobre a ligação entre biodiversidade e saúde, numa colaboração entre o CES - Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, o CIBIO/InBIO - Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos/Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva da Universidade do Porto e a UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil). É co-responsável pela organização do estágio “(Outros) Mapas de Coimbra - biodiversidade, saúde e movimentos associativos”, do programa Ciência Viva no Laboratório - Ocupação Científica de Jovens nas Férias.

Lúcia Fernandes é investigadora em Pós-Doutoramento no Centro de Estudos Sociais, onde é coordenadora da Oficina Ecologia e Sociedade, e no Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações, CSG da Universidade de Lisboa. Tem realizado investigação e publicado na área interdisciplinar de Saúde Ambiental e Sociologia, abrangendo os temas da contaminação química e industrial, conflitos ambientais, movimentos ambientalistas e de transição. Foi co-coordenadora do EJAtlas Portugal, output do projeto EJOLT FP7, e é co coordenadora do projecto Ambiente em Movimento.

Atividade em parceria com a Associação Coimbra em Transição.