Resumo

As “vontades” do existir de um Moçambique são, filosoficamente, expressas em termos de “garantias metafísicas” sob as quais a nossa existência, enquanto uma mesma comunidade de destino, se justifica e se legitima. O recente regresso do espectro da guerra, as confrontações pré- e pós-eleitorais, os discursos de divisão do país em “repúblicas”, etc. puseram a nu o quão ténue é a nossa vontande de existirmos juntos. Nestes “tempos difíceis” da nossa historicidade a filosofia moçambicana é chamada a dar a sua contribuição específica. Esta reside na de-construção e re-construnção do discurso sobre as garantias fundamentais das nossas vontades comuns. Isto equivale a uma tripla interrogação fundamentacional: Como reequacionar as “ liberdades" (vontade 1) hoje e o que significam elas em termos de responsabilidade? Como re-construir o espírito da "unidade e reconciliação nacional" (vontade II) numa perspectiva pós-libertária? E que utopias sociais (vontade III) se nos apresentam como possíveis enquanto moçambicanos?


Nota biográfica

José Castiano é Doutorado em Sociologia pela Universidade de Hamburgo. Atualmente é Professor Associado de Filosofia da Educação da Universidade Pedagógica de Moçambique (UP). Ocupa, também, o cargo de Pró-Reitor para Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da UP. Entre os cargos desempenhados na UP, destacam-se a Direção Científica da Universidade, a direção do Centro de Estudos Pós-Graduados e a coordenação dos grupos de trabalho para a criação do Mestrado em Educação e do grau de Doutor. Neste
sentido, coordena a Cooperação entre a UP e várias universidades de países de língua portuguesa.

Em Janeiro de 2015 foi eleito presidente da Associação Internacional de Ciências Sociais e Humanas em Língua Portuguesa.

Tem publicado diversos livros e artigos em revistas internacionais. A suaprincipal atividade de investigação centra-se nos Sistemas de Conhecimento Endógeno/Indígena em África.


Atividade no âmbito do projeto 'ALICE - Espelhos estranhos, lições imprevistas: definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências do mundo', do Núcleo de Estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito (DECIDe) e Programa de Doutoramento "Pós-Colonialismos e Cidadania Global"