Comentário: Andrés Spognardi (ECOSOL-CES)


Apresentação

No seminário será discutida a perspectiva dos trabalhadores que, associados ou não, utilizam as plataformas digitais para efetivar suas atividades laborativas e reproduzir a vida a partir desse trabalho. Conforme Grohmann (2021: 13), o trabalho em plataformas é um “laboratório da luta de classes”: pode significar tanto o aumento da exploração por parte do capital, através do controle e gerenciamento do trabalho - a exemplo de Amazon, Rappi, Uber, 99 e outras “gigantes” do capitalismo de plataforma, quanto possibilidade de construção de alternativas por parte de trabalhadores, quando engajados em processos de associação autogestionária. Jathan Sadowski (2020) considera a ubiquidade das plataformas digitais, tendo em conta as empresas que as disseminam, como uma forma dominante de rentismo no capitalismo contemporâneo. Van Dijck, Poell e de Wall (2018) chegam a falar da “sociedade da plataforma”, tal o nível de engajamento no mundo digital que as sociedades desenvolveram a partir da segunda década do séc. XXI. Nos propomos a discutir o tema e a apresentar dois registros empíricos bem sucedidos de cooperativismo de Plataforma: Señoritas Courier em São Paulo-Sp (Brasil) e Pedal Express, em Porto Alegre-RS (Brasil).


Nota biográfica

Marília Veríssimo Veronese é psicóloga, mestre e doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2004). Realizou estágio sanduíche na Universidade de Havana em 2001 e no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra em 2003, sob orientação de Boaventura de Sousa Santos. Atualmente é professora Titular I da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), sendo pesquisadora associada do grupo de pesquisa em Economia Solidária e Cooperativa (ECOSOL-UNISINOS) e também vinculada ao grupo ECOSOL-CES. Tem experiência nas áreas de Sociologia e Psicologia Social, com atuação também na área de Saúde Coletiva.