Resumo

Muito daquilo que constitui o processo saúde-doença não é comensurável, quantificável ou comparável a partir de abordagens estatísticas, tangíveis ou observáveis, ​​através de imagens de diagnóstico, laboratórios clínicos ou técnicas histológicas. No entanto, a partir do discurso biomédico hegemónico, a condição mórbida “evitável, controlável, diagnosticável e tratável” foi descrita e analisada por meio de visões empiristas, totalizantes e únicas, relegando o conhecimento experiencial e a subjetividade humana a um lugar de inutilidade ou invisibilidade, ignorando o seu valor na tomada de decisão, produção de conhecimento e construção da realidade.

Esse erro sistemático está enraizado na forma de fazer ciência no Ocidente e na deslegitimação implícita das emoções, como elemento principal da subjetividade, e do corpo, como uma dimensão sócio-experiencial da existência humana. Diante disso, é necessário questionar outros discursos.

Este seminário final de estágio doutoral de María Camila Pinzón Segura, partilhando as interrogações da sua tese de doutoramento (Políticas Públicas, Implementación y Emociones: Hacía un Enfoque Alternativo de Análisis). Caso de estudio: Política Pública de Salud para las Niñas, Niños y Adolescentes con Cáncer en el Instituto Nacional de Cancerología, Bogotá - Colombia), pretende abrir um espaço para o diálogo, desdobrando-se como oficina e mesa redonda, juntando investigadoras/es que propõem, através de suas pesquisas e experiências, outros tipos de discursos.

Algumas das questões a serem abordadas são: Em relação a considerações éticas, que desafios enfrenta a investigação em saúde? Como dar voz e validade a sujeitos historicamente invisíveis na tomada de decisão neste tipo de pesquisa? Como revelar o conhecimento experiencial? Como trabalhar a partir da transdisciplinaridade? Como divulgar resultados de investigações em ciências sociais sobre o processo saúde-doença?

Intervenientes: María Camila Pinzón Segura (UNAL-Colombia/CES), Mara Pieri (CES), Patrícia Ferreira (CES), Karla Oliveira (FIOCRUZ), Marília Veríssimo Veronese (UNISINOS/CES), Daniel Neves da Costa (CES/FEUC) e Susana de Noronha (CES)

Organização: Susana de Noronha e María Camila Pinzón Segura