Seminário

A Saúde Coletiva em Diálogo com as Epistemologias do Sul

Marcelo Firpo de Souza Porto (CES/ENSP/FIOCRUZ)

14 de dezembro de 2017, 15h00

Sala 1, CES | Alta

Comentador: João Arriscado Nunes (CES)


Resumo

A Saúde Coletiva brasileira resulta das lutas sociais por saúde que ocorreram a partir de 1970 no âmbito da Medicina Social Latino Americana, e está centrada principalmente na concepção estruturalista da determinação social. Ou seja, os problemas de saúde das populações são compreendidos como resultantes das desigualdades sociais geradas pelo capitalismo, ainda que tal visão oscile de acordo com diferentes correntes teóricas e políticas.  Em 1979 foi criada a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), e principalmente após a chamada Constituição Cidadã de 1988 os avanços se deram com a criação de inúmeras políticas públicas, instituições acadêmicas e do SUS, o Sistema Único de Saúde brasileiro. As últimas décadas têm sido extremamente ricas em termos de experiências teóricas, metodológicas e práticas sociais vinculadas a diversas áreas tais como: saúde mental; saúde e ambiente; educação popular e comunicação em saúde; saúde das populações do campo, florestas e águas; atenção básica e saúde da família em condições de vulnerabilidade extrema,  entre outras.
Inúmeras questões têm surgido a partir do diálogo recente entre a Saúde Coletiva e as Epistemologias do Sul, entendida como uma proposta teórica e metodológica que articula os três eixos (capitalismo, colonialismo e patriarcado) de dominação do projeto moderno de matriz eurocêntrica. Por exemplo, qual a especificidade da saúde no contexto das lutas sociais na América Latina? Como compreender proposições como a linha abissal, as sociologias das ausências e das emergências a partir das experiências da Saúde Coletiva? Nesse contexto, quais tensões, limites e desafios surgem para a construção de sociedades pós-coloniais e pós-abissais em termos de lutas emancipatórias? 


Nota Biográfica

Marcelo Firpo Porto