Seminário
Corpos, artesanias, saberes e lutas kaiowá e guarani: um oguatá
Carla Cristina de Oliveira de Ávila
Célia Maria Foster Silvestre
29 de abril de 2020, 15h00
Evento em formato digital
Resumo
Mato Grosso do Sul, Brasil, é território de conflitos fundiários históricos que envolvem e impactam o povo Guarani e Kaiowá. Essa realidade é internacionalmente conhecida e a face dela que se tem conhecimento é a violência e a fome. Ao mesmo tempo, os povos indígenas, em nível internacional, afirmam seus modos de vida, seus conhecimentos, valores, arte. Re-existem. A partir das Ciências Sociais, da Arte Educação e das Epistemologias do Sul, as pesquisadoras refletem a respeito dos impactos da colonização enquanto processo de longa duração, vinculado ao patriarcalismo e ao capitalismo, das lutas por direitos e das corpografias que se enunciam nos entrelugares vividos pelos Kaiowá e Guarani na contemporaneidade. Essas temáticas emergiram no oguata – caminhada – em presença dos Kaiowá e Guarani na universidade. São elementos surgidos em uma ecologia de saberes, por característica multidimensional, que se aproximou das muitas experiências de luta desses coletivos, refletindo em vários ára (tempo/espaço) de con-vivências, atravessados das lutas do ara pyahu – tempos atuais – e alimentados do ymaguare – tempo passado. Esse oguatá acolhe e re-colhe as distintas historicidades e corpografias de viver e re-existir numa história atravessada pelo colonialismo. Nessa acolhida, aprende e ensina. No processo de acolher e ensinar pela palavra, corpo e arte, forma novos olhares, re-dimensionando perspectivas e re-existências.
Programa
As comunicações têm o objetivo de apresentar trajetórias de trabalho, metodologias e vivências nas lutas dos Kaiowá e Guarani, a partir do ensino, da extensão e pesquisas de Célia Maria Foster Silvestre, docente da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Brasil, em Estágio pós-doutoral no CES/UC, desenvolvendo pesquisa com o tema Colonialismo, direito e teko porã (bem viver): por uma epistemologia kaiowá e guarani e de Carla Cristina de Oliveira de Ávila, docente da Universidade Federal da Grande Dourados, recém-doutora pela USP (2018), com a tese Corpografias afro-orientadas e ameríndias: cartografias de processos de criação em dança teatro brasileira e UNICAMP (2020), com tese denominada Corpografias Originárias: processo de imersão poética intercultural.