Moderação: Tiago Castela (CES)
 

Resumo

A crítica do caráter arquitectónico em língua portuguesa, de meados do século XIX ao início do século XX, extrai sua motivação e metodologia da história literária, e se desenrola em grande parte nos círculos discursivos desta disciplina. A expressão do Romantismo nacionalista na teoria literária e na etnografia, assim como seus desdobramentos documentais em finais do Oitocentos, fornecem ao pensamento arquitectónico modelos metodológicos e, amiúde, marcos interpretativos já articulados. Expomos as ligações entre as disciplinas da história literária e da arquitetura no processo de formulação e crise da "construção antropológica da nação" em Portugal e no Brasil do século XIX até a ascensão do discurso arquitectónico disciplinar no início do século XX. Dessas ligações resulta uma paisagem imaginária das arquiteturas nacionais, que se desloca paulatinamente do erudito ao popular e do urbano ao rural.


Nota biográfica

Pedro P. Palazzo é professor assistente na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília e investigador visitante no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (2019–2020). É arquiteto, doutor em estética e semiótica da arquitetura. Investiga a história da construção tradicional e a historiografia da arquitetura, com foco no século XIX e nos contatos entre o classicismo e a modernidade. Organizou o livro Tempos e escalas da cidade e do urbanismo (Editora da Universidade de Brasília, 2014) e é autor de "Tipologia da edificação na arquitectura vernácula da Beirã", in Um projecto de futuro para a Beirã (Marvão) (Lisboa: Fundação Serra Henriques, 2018). É coautor de "The Missing ‘Brazilianness’ of Nineteenth-century Brazilian Art and Architecture", in Whose tradition? (London: Routledge, 2017) e do verbete sobre o arquiteto e construtor carioca Heitor de Mello no Grove Dictionary of Art (2019).

NOTA: Este é um evento híbrido. Além da apresentação presencial para um público limitado (tendo em conta as regras sanitárias em vigor na data), existe ainda a possibilidade de participação através da plataforma Zoom, sem inscrição obrigatória. 
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