Resumo

Um olhar estrangeiro, lato sensu, cria uma tensão entre experiências culturais diferentes. A carga desta tensão gerada tem a potencialidade de informar, de provocar, de questionar, de mostrar facetas inéditas ou não valorizadas até então. O estrangeiro observa através das suas lentes e filtros culturais uma outra cultura. Desta forma, angulações e refrações diferenciais podem propiciar visões peculiares, tonalidades específicas, enquadramentos inusitados, valorizações incomuns. É da consciência desta alteridade intrínseca ao estrangeiro que se produz um conhecimento extra, enriquecedor e que pode, eventualmente, mostrar uma chave para um conhecimento mais amplo do espaço social.

Um olhar estrangeiro, strictu sensu, é entendido neste seminário como o relativo a percepção de imagens por parte de um observador estrangeiro. Entre as diversas provocações da cidade à percepção, a imagem é aquela mais direta e dinâmica por ser constituída pela paisagem natural, arquitetônica e humana. A imagem da cidade é formada por um mosaico de textos os quais emitem diversos discursos que podem ser interpretados de variados modos. Capturar em imagens fotográficas estes discursos em átimos de tempo e de espaço e analisá-los, pode contribuir na construção de um painel multifacetado da cidade.


Nota biográfica

Luiz Fernando da Silva Mello. Arquiteto e Urbanista; Doutor em Planejamento Urbano e Regional; Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-graduação Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural da Universidade Federal de Santa Maria, Brasil; em pós-doutoramento no CCarq/CES/ UC.

Atividade no âmbito do Núcleo de Estudos sobre Cidades, Cultura e Arquitectura | CCArq