Resumo

Ainda que a monetarização e financeirização neo-liberal da economia continue a pressionar e a tentar cooptar circuitos de produção, troca e de distribuição da riqueza que se regem por lógicas e racionalidades diferentes, algumas práticas, que aqui denomino, de economia de mulheres, permanecem operativas e a resolver vários problemas fundamentais nas suas vidas. Um traço fundamental dessas sociabilidades e tecnologias económicas a que quase ninguém presta atenção, é a sua forma peculiar de passar, preservar, registar e transmitir os conhecimentos. Tendo em consideração alguns dos conceitos da Educação Popular de base freiriana, nesta oficina pretendo apresentar e analisar como essa troca de conhecimentos democratiza as subjectividades, os processos e os resultados fazendo com que essas economias de mulheres possam ser vistas não apenas como micro-políticas de sobrevivência mas como socioeconomias de dissenso e construção de outra economia.

Nota biográfica

Teresa Cunha. É doutorada em Sociologia pela Universidade de Coimbra e é investigadora sénior do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e co-coordenadora do Projecto ‘ALICE. Espelhos Estranhos, lições imprevistas’. É Professora na Escola Superior de Educação de Coimbra, Formadora Sénior dos Centros Europeus de Juventude do Conselho da Europa. Nos últimos anos publicou os seguintes livros: Women InPower Women. Outras Economias criadas e lideradas por mulheres no Sul imperial; Never Trust Sindarela. Feminismos, pós-colonialismos, Moçambique e Timor-Leste; Ensaios pela Democracia. Justiça, dignidade e bem-viver; Elas no Sul e no Norte; Vozes das Mulheres de Timor; Timor-Leste: Crónica da Observação da Coragem; Feto Timor Nain Hitu - Sete Mulheres de Timor; Andar Por Outros Caminhos; Raízes da ParticipAcção, para além de artigos científicos e capítulos de livros em vários países e línguas.

Atividade no âmbito do Grupo de Estudos sobre Economia Solidária | ECOSOL/CES