A proposta desde ciclo de oficinas é fazer um conjunto de sessões em que se discutam outras formas de construir metodologias. Partimos do pressuposto que existem algumas formas de metodologias padrões, que são as mais divulgadas e difundidas no meio académico, mas que percebem o mundo a partir de um contexto particular, e forma de viver e sentir o mundo. Referimo-nos às metodologias mais conhecidas como quantitativa vs qualitativa e as suas próprias derivações.

A proposta está motivada por uma série de preocupações sobre as práticas metodológicas convencionais e possíveis alternativas a elas, perguntas como:

● O que são as “metodologias convencionais” e quais os seus problemas?
● Como a colonialidade e a decolonialidade atravessam as construções metodológicas
● Que conhecimentos são visibilizados e invisibilizados nas nossas práticas metodológicas
● Como podemos abrirmos a diversidade de métodos e lentes de olhar e agir sobre o mundo?
● Como podemos praticar formas de construção de conhecimento colaborativo e não extrativo?

Partimos do princípio de que a função da academia é transformar a sociedade de uma forma progressista, e que o pensar, não é neutro ou objetivo, ele é situado e parte de uma história. Assim, quando pensamos metodologias, não podemos usar as  mesmas ferramentas e universalizá-las, mas devemos pensá-las a partir dos próprios contextos (lugares, temas) da pesquisa.

Nesse sentido, queremos começar por discutir o propósito de uma pesquisa académica em ecologia política, e se a pesquisa pode (e de que forma) ser engajada e contribuir a transformar a realidade à qual estamos envolvidos.

Objetivos

O objetivo geral deste ciclo de oficinas é desenvolver e promover a reflexão crítica sobre metodologias de pesquisa no campo da ecologia política, buscando outras metodologias que desafiam as abordagens metodológicas convencionais que muitas vezes universalizam perspectivas e desconsideram os contextos específicos.

Os objetivos específicos incluem:

1. Refletir coletivamente sobre metodologias convencionais e como estas influenciam o pensamento e a prática na ecologia política
2. Apresentar possibilidades de metodologías “ao contrário”, pô-las em prática, e refletir coletivamente sobre a experiência
Formato das sessões
O formato das sessões será o de oficinas. Cada sessão terá leituras de fundo, mas durante a sessão, o foco será em exercícios práticos e reflexos deliberativos sobre a aplicação das metodologias em questão.