Theses defended
Urbanismo antes dos Planos: Coimbra 1834-1934
October 20, 2015
Walter Rossa
O estudo da transformação da cidade de Coimbra entre 1834 e 1934 pretende contribuir para a clarificação do que foi o início do planeamento urbano em Portugal.
Se é inquestionável a importância das transformações urbanas ocorridas durante o século XIX por toda a Europa para o desenvolvimento do urbanismo moderno, não podemos olvidar as transformações ocorridas nas cidades nacionais. Embora a uma
escala mais modesta e retardada no tempo, Lisboa empreendeu também a transformação radical da sua morfologia urbana. Seguindo o seu exemplo, as principais cidades do reino iniciaram a reforma dos seus tecidos rasgando avenidas, implantando os novos equipamentos, criando parques públicos e melhorando as infraestruturas.
Tendo como mote a extinção das ordens religiosas que em 1834 deixaram vinte e dois colégios e sete conventos devolutos dentro do perímetro urbano, Coimbra, terceira cidade do Reino, foi palco de um conjunto arrojado de planos e de intenções que marcaram a cidade até aos nossos dias. Produto de uma constante negociação
entre a vontade municipal e o poder central, entre as debilidades financeiras e a capacidade técnica, a cidade foi profundamente transformada dando resposta aos problemas mais urgentes de insalubridade ou propondo intervenções mais arrojadas de embelezamento e de expansão urbana ou introduzindo o progresso das modernas infraestruturas de água, saneamento, iluminação e transportes.
Da análise deste processo de transformação pretendemos apurar em que medida as intervenções então empreendidas resultaram de uma intenção empírica ou pelo contrário consciente e tecnicamente informada. Fundamentalmente, averiguar como foi instituído e definido o moderno planeamento urbano, qual o impacto das transformações políticas, técnicas e legais, ainda a importância da formação dos técnicos e da constituição de organismos técnicos, sem esquecer a intervenção dos políticos e dos cidadãos na construção da cidade moderna.
Public Defence date
Supervision
Abstract
Se é inquestionável a importância das transformações urbanas ocorridas durante o século XIX por toda a Europa para o desenvolvimento do urbanismo moderno, não podemos olvidar as transformações ocorridas nas cidades nacionais. Embora a uma
escala mais modesta e retardada no tempo, Lisboa empreendeu também a transformação radical da sua morfologia urbana. Seguindo o seu exemplo, as principais cidades do reino iniciaram a reforma dos seus tecidos rasgando avenidas, implantando os novos equipamentos, criando parques públicos e melhorando as infraestruturas.
Tendo como mote a extinção das ordens religiosas que em 1834 deixaram vinte e dois colégios e sete conventos devolutos dentro do perímetro urbano, Coimbra, terceira cidade do Reino, foi palco de um conjunto arrojado de planos e de intenções que marcaram a cidade até aos nossos dias. Produto de uma constante negociação
entre a vontade municipal e o poder central, entre as debilidades financeiras e a capacidade técnica, a cidade foi profundamente transformada dando resposta aos problemas mais urgentes de insalubridade ou propondo intervenções mais arrojadas de embelezamento e de expansão urbana ou introduzindo o progresso das modernas infraestruturas de água, saneamento, iluminação e transportes.
Da análise deste processo de transformação pretendemos apurar em que medida as intervenções então empreendidas resultaram de uma intenção empírica ou pelo contrário consciente e tecnicamente informada. Fundamentalmente, averiguar como foi instituído e definido o moderno planeamento urbano, qual o impacto das transformações políticas, técnicas e legais, ainda a importância da formação dos técnicos e da constituição de organismos técnicos, sem esquecer a intervenção dos políticos e dos cidadãos na construção da cidade moderna.