Theses defended
Uma crise conjugada no feminino: Um estudo da representação mediática das mulheres no atual contexto de recessão em Portugal
June 29, 2016
Languages and Heterodoxies: History, Poetics and Social Practices
Isabel Pedro dos Santos
e
José Manuel Mendes
Na presente investigação, busco explorar e problematizar o tratamento da linguagem mediática, tal como hoje se encontra organizada na narrativa jornalística direcionada às mulheres, centrando-me sobretudo no seu característico processo de construção e de difusão de referenciais de identidades - particularmente, as representações convencionais de género - durante uma fase de crise financeira em Portugal.
O objetivo deste trabalho é a identificação dos efeitos dessa linguagem dos media na produção de referenciais que remetem para possíveis conceções dos papéis atribuídos a homens e mulheres, estruturadas por um sistema binarista de género. Para isso, são analisadas algumas das estratégias discursivas usadas nos textos jornalísticos de quatro das revistas femininas de maior tiragem no país (Maria, Elle, Máxima e Happy Woman).
Procuro identificar em que medida as identidades das mulheres vêm sendo (re)produzidas e reforçadas pelos media no panorama de recessão financeira com que Portugal se confronta. Em particular, esta análise permite também observar e interpretar como a "linguagem da crise", apropriada pelos veículos de comunicação social envolve, no seu modus operandi, enquanto fenómeno social, tanto as estruturas de controlo/poder como as lógicas identitárias de uma sociedade de consumo patriarcal. Este exercício, por sua vez, permite retratar o possível impacto que as divisões e os estereótipos de género exercem sobre a forma de ver as mulheres na sociedade portuguesa regida, atualmente, pelo mercado financeiro.
Palavras-chave: Linguagem, Estudos das Mulheres e de Género, Identidades e Representações, Crise Económico-Financeira, Discurso Mediático.
Public Defence date
Doctoral Programme
Supervision
Abstract
O objetivo deste trabalho é a identificação dos efeitos dessa linguagem dos media na produção de referenciais que remetem para possíveis conceções dos papéis atribuídos a homens e mulheres, estruturadas por um sistema binarista de género. Para isso, são analisadas algumas das estratégias discursivas usadas nos textos jornalísticos de quatro das revistas femininas de maior tiragem no país (Maria, Elle, Máxima e Happy Woman).
Procuro identificar em que medida as identidades das mulheres vêm sendo (re)produzidas e reforçadas pelos media no panorama de recessão financeira com que Portugal se confronta. Em particular, esta análise permite também observar e interpretar como a "linguagem da crise", apropriada pelos veículos de comunicação social envolve, no seu modus operandi, enquanto fenómeno social, tanto as estruturas de controlo/poder como as lógicas identitárias de uma sociedade de consumo patriarcal. Este exercício, por sua vez, permite retratar o possível impacto que as divisões e os estereótipos de género exercem sobre a forma de ver as mulheres na sociedade portuguesa regida, atualmente, pelo mercado financeiro.
Palavras-chave: Linguagem, Estudos das Mulheres e de Género, Identidades e Representações, Crise Económico-Financeira, Discurso Mediático.