November 11, 2015

José António Bandeirinha

Os processos de instalação, ampliação, alteração e renovação dos equipamentos e das áreas ferroviárias, bem como as transformações do território ou dos tecidos urbanos à volta dessas zonas foram de uma grande envergadura. Mas qual foi a sua verdadeira dimensão arquitectónica e urbanística e o seu efectivo impacto ou alcance no desenho da cidade?
O aparecimento da cidade moderna e contemporânea resulta de diferentes e inúmeras acções urbanísticas a que foi submetida a cidade mais antiga, durante todo o século XX.
Quais foram os planos e quais são os factos urbanos em torno da ferrovia que condicionam hoje a estrutura e a forma da cidade?
No século XX a evolução desses centros urbanos assentou sobre dois fenómenos de urbanização aparentemente contraditórios. Por um lado, o da ruptura com o espaço construído; mas também, por outro, o da homogeneidade e da continuidade com o passado.
Uma leitura diacrónica e comparativa de vários casos deverá permitir salientar as constantes urbanísticas na passagem da cidade existente para a cidade moderna. Poderá também constituir um esboço parcial de uma análise critica da cidade contemporânea, sujeita à pressão do movimento e à dinâmica das deslocações intra e inter-cidades.
Um conjunto de leituras sincrónicas, focadas no contexto ferroviário, sobre a sua arquitectura, as tipologias e as morfológicas desses fenómenos, proporcionará também uma ferramenta critica dos futuros projectos urbanísticos nessas áreas da cidade moderna.
Assim, esta investigação pretende ser, em última análise, mais um contributo para o estudo da arquitectura e das conformações urbanas do século XX.