Debate
A visão dos media sobre a crise
27 de fevereiro de 2012, 15h00
CES-Lisboa, Picoas Plaza, Rua do Viriato 13, Lj. 117/118
Intervenientes
José Luís Garcia (Investigador do Instituto de Ciências Sociais)
João Tibério (Historiador (pós-graduado em R. I) e tutor na Universidade Aberta; Editor júnior na editora Dom Quixote)
Rute Barbedo (Coordenadora da Revista Nota Positiva)
Alison Roberts (Correspondente BBC NEWS / AIEPe)
Jonas Van Vossole (Doutorando do Programa 'Democracia no Século XXI' [CES])
Moderador: Leonardo Veronez (CES/FEUC)
Enquadramento
Para além das mudanças económicas e sociais no quotidiano dos indivíduos, nada afirma mais a atual situação de crise do que os media: "Portugal vítima da guerra ao euro" [Correio da Manhã, 15/01/2012], “S&P corta rating a nove países, França perde AAA e Portugal passa a ‘lixo’”[Público, 13/01/2012]. Estes são só alguns dos exemplos que podem ser apontados nas últimas manchetes dos jornais diários portugueses. Podemos, ainda, citar os especiais da televisão a ensinar como viver cortando no orçamento doméstico ou os encartes especiais das revistas semanais a explicar “tudo” sobre a crise. Até mesmo as publicidades são invadidas com a temática e lembram o passante de que “O mar não está para peixe, mas no mercado X a pescada está a preço de banana”. Com um olhar rápido pelos meios de informação confirma-se: “Estamos em crise!”.
Partindo desta constatação, as questões a seguir (e tantas outras) se fazem necessárias: É possível que os «media» sejam agentes que contribuam para um debate que dê solução à crise ou, simplesmente, tornam-se “transmissores” de informação, isolando-se e protegendo-se na ideia de isenção jornalística? Os «media» têm poder para ampliar o debate e fornecer propostas de soluções? É necessário que os jornais entrem neste debate assumindo linhas políticas (por vezes evidentes)? Em qual medida a cobertura sobre a crise associa-se aos interesses políticos e económicos dos grupos mediáticos? Até que ponto a temática deve ser tratada de forma alarmistas? Qual a ação e importância dos media alternativos como contraponto do «mainstream» jornalístico? Como as redes sociais estão a transformar a produção e veiculação das informações sobre a crise? Há “criminalização” e/ou silenciamento sobre as mobilizações sociais nas informações divulgadas pelos «media» após as medidas de austeridade?
Tomando como base estas indagações, surgiu a ideia de uma discussão entre diferentes atores sociais sobre a atuação dos «media» neste cenário de crise. O debate direciona-se, principalmente, a dois objetivos: fazer com que os «media» se pensem enquanto agentes sociais e divulgadores de discursos públicos e privados; incentivar que a população reflita sobre a informação recebida através dos meios de comunicação.
Organização: Pablo Almada, Roberto Falanga, Lidiane Carvalho, Marcelo Valadares e Leonardo Veronez, do programa de doutoramento 'Democracia no Século XXI' – 2ª Edição (CES) e Juliana Mello Souza do programa de doutoramento 'Linguagens e Heterodoxias: Histórias, Poéticas e Práticas Sociais'.