Resumo

Vivem-se tempos de grande perplexidade no Brasil atual diante do retorno de valores conservadores e autoritários, num país que, desde a redemocratização em meados dos anos de 1980, parecia ter encontrado o caminho de avanços democráticos. Após uma campanha para eleição presidencial pontuada de notícias falsas e difamações, foi eleito um candidato com comportamento historicamente autoritário, misógino, racista e homofóbico, além de exaltador da tortura e de torturadores reconhecidos pelo Estado brasileiro como tal. Este Colóquio se propõe a debater esse contexto, criando um espaço de reflexão critica sobre o avanço de uma agenda de extrema-direita no Brasil após a eleição de Jair Bolsonaro. Busca também exercitar a imaginação de alternativas para (re)construir a democracia.

Tendo em conta quatro eixos temáticos - a religião, os direitos das mulheres e das minorias, os direitos trabalhistas e a questão ambiental -, este evento busca construir um panorama dos impactos de médio e longo prazo diante da eliminação de direitos já assegurados e do crescimento do fenómeno político a que se convencionou chamar “bolsonarismo”. Na esteira deste fenómeno, discutiremos outros temas correlatos, a saber: o livre-trânsito de um projeto de Nação Evangélica, o impacto da extrema-direita no desenho das políticas públicas, a ameaça ao Estado Democrático de Direito e a construção de um imaginário social focado na tríade Deus-Pátria-Família.

Programa

9:45 às 10:45 - A emergência do autoritarismo: dos problemas históricos que nunca resolvemos ao golpe de 2016 - Marília Veronese (Unisinos) e Gisele Maria Ribeiro de Almeida (Universidade Federal Fluminense - Campo dos Goytacazes)

10:45 às 11:00 - Intervalo

11:00 às 13:00 - Mesa 1: Os contornos do fascismo social no Brasil em tempos de bolsonarismo e as vias de escape à onda autoritária. Rodrigo Ednilson de Jesus (Universidade Federal de Minas Gerais) e Marcela Uchoa (FLUC-UC). Comentários de Bruno Sena Martins (CES)

13:00 às 14:30 - almoço

14:30 às 16:30 - Mesa 2: A “ideologia de género” por trás do projeto de Nação Evangélica. Teresa Cunha (Ecosol-CES) e Luciane Lucas dos Santos (Ecosol-CES). Comentários de Marília Veronese (Unisinos)