Resumo

Não há dúvida de que a desigualdade de rendimentos tem aumentado dentro dos países e ampliado a distância entre pobres e ricos e de que as crises económicas sucessivas estão na origem desses desequilíbrios. Mas, ao mesmo tempo, elas abriram caminho para se repensar a economia, ou pelo menos, para a necessidade de voltamos a olhar para os modelos económicos keynesiano, institucional, e/ou marxista e procurar entender a razão dos seus fracassos. Nesse sentido, a Economia Solidária parece desempenhar múltiplos papéis no que respeita à questão das desigualdades de rendimento: por um lado, ela é vista como uma atividade económica coletiva que permite a milhares de indivíduos em situação de pobreza poderem obter rendimentos através de organizações cooperadas, autogestionárias e coletivas; por outro, ela é vista como uma prática capaz de influenciar o pensamento social sobre as formas de consumo, de distribuição e de reprodução social e, ainda, de se contrapor às correntes neoliberais em que a liberdade individual é o bem maior das sociedades democráticas. A orientação socialista de que se reveste a Economia Solidária, a partir de um movimento que ganhou uma escala internacional, faz da solidariedade coletiva um meio de redistribuição da riqueza e uma alternativa económica real ao capitalismo liberal.


Nota biográfica

Beatriz Caitana da Silva - Mestre em Sociologia e doutoranda em Sociologia pela Universidade de Cioimbra. É Membro do Grupo de estudos ECOSOL/CES, do Centro de Estudos Sociais desde 2011. Fundou e coordena o projeto Incubadora Social Académica – ISFEUC, Participou na organização do Colóquio Internacional: Economia Solidária – Uma semente de futuro, ECOSOL (CES), FEUC, Novembro de 2011 e do Encontro “O que são Incubadoras Sociais Académicas – O que é a ISFEUC?”, FEUC Junho de 2011. Tem investigado, comunicado e publicado em temas da Economia Solidária.

Atividade no âmbito do Grupo de Estudos sobre Economia Solidária do Centro de Estudos Sociais | ECOSOL-CES