Resumo:
A partir de 4 exemplos
concretos de lideranças locais africanas (Moçambique, Uganda, RD Congo
e Senegal) queremos mostrar a pluralidade de lideranças que hoje
podem-se encontrar a nível dos distritais em diversos estados
africanos.
Embora estas lideranças tenham sido ou submetidas ao Estado ou
ignoradas por este, a verdade e que sempre existiram - tanto durante o
período colonial, como no pós-colonial -, sendo responsáveis por
escolhas que exigem uma negociação permanente entre o possível e o
desejável. Estas escolhas atingem âmbitos de acção tão importantes como
a terra, a religião, a transmissão de conhecimentos, a saúde, a
justiça, a guerra...
No processo de democratização e descentralização hoje em curso em
muitos Estados africanos, esta pluralidade de lideranças pode voltar a
ter um destaque mais visível na arquitectura institucional do Estado.
Mas isso não quer dizer necessariamente que os valores, as instituições
e as narrativas que são representadas por esta pluralidade de
lideranças locais sejam mais respeitadas do que em épocas anteriores.
Nota biográfica:
Doutor em Historia (2005) e
licenciado em Antropologia social e cultural (2002) pela Universidade
de Barcelona.
Bolseiro pos-doctoral (FCT) no CEA-ISCTE desde Fevereiro de 2006.
Membro do grupo de pesquisa em estudos africanos da Universidade de
Barcelona (ARDA) coordenado pelo Dr. Ferran Iniesta.
Sócio do CEA de Barcelona e membro do conselho de redacção da revista Studia
Africana.
Tem realizado trabalho de investigação de campo principalmente em
Moçambique (2 anos) e Uganda (1 ano). Também esteve 2 meses na RD Congo
e no Senegal, trabalhando em colaboração com outros investigadores.
Tem colaborado em estudo e relatórios para a Agencia Catalã de
Cooperação e Desenvolvimento, e para algumas ONGs espanholas que
trabalham no continente africano, tentando sempre introduzir um olhar
crítico sobre as consequenciais de muitas das acções ditas de
solidariedade internacional.
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